quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Deito-me numa cama

Deito-me numa cama
feita de culpas
num templo
onde o tempo não existe
e enrodilho-me em lençóis
bordados a ponto cruz.

Crucifico-me
pela minha ignorância
de nada ser
senão ter.

Cravo na pele
pedaços de quimeras
como se elas
me aquecessem
neste gélido leito.

De pálpebras fechadas
- que a emoção cega –
perco-me
em tinos e desatinos
que só dos loucos
são pertença.

Em pose embrionária
mergulho num sono induzido,
tão real
que rostos
(e tantos)
me oferecem vinagre
para a sede matar.

Não sinto a cama
nem as quimeras
nem a loucura,
apenas o sabor agridoce
do tempo que não existe.

2 comentários:

Anónimo disse...

ola amiga , eu pasei aqui para lhe dar um beijinho
e dizer que tem um bonito blog
csantos


www.nicholasantos.criarumblog.com

Mel de Carvalho disse...

há tanto tempo que não lia nada, amiga... imperdoável. mas tu sabes que de quando em vez me retiro do "mundo" ... do virtual claro.

hoje vim e por aqui andei. e claro que adorei.

novo beijito da Mel