Afastei-me tanto
Afastei-me tanto
que já não reconheço
nem a cor
nem a dor.
As feridas,
(testemunho do tempo
que percorri
no sentido inverso)
cobriam a alma
numa penitência
constante.
Faço um esboço
de um projecto futuro
e entre palavras
soltas,
encadeadas,
emudeço
no encontro
de recordações,
ou nas rugas
que a idade me consagrou
2 comentários:
Este poema está delicado, como todos os que escreves. Mas este tem uma qualquer coisa que sinto cá dentro e me apraz de sedução... Gosto de poesia que me faça sentir...
Rugas, não as vi.
Mas, se as tens, são belas de certeza.
Um beijo.
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