quinta-feira, 22 de julho de 2010

Tu és inteiro

Tu és inteiro
e eu a fracção de ti
que não é perfeita.

Desembrulho-me, rompendo pele
e faixas que me ocultam,
ofereço-me num búzio de mar
para que oiças o leve sopro do meu coração.

Sim, encosta a concha aos teus sentidos
e sente como sou quebradiça,
tão temporariamente menina
que te espera até o tiquetaque
anunciar a hora da descoberta.

És completo e eu…
….pedaços fragmentados

de um tempo tão longínquo,
onde mares não existiam,
apenas a aridez da mutismo.

E escutas o som desse búzio
de uma qualquer praia
perdida no finito do teu esquecimento.

Renasce a pele,
reacende a luz no brilho de papel de seda…

Novamente me invólucro
à espera de ser inventada…
sim, porque tu és inteiro
e eu a fracção de ti
que não é perfeita.

4 comentários:

Maria Manuela Amaral disse...

"Renasce a pele,
reacende a luz no brilho de papel de seda…"

Este poema, à semelhança dos últimos que escreveste está convertido em sedosas palavras tornadas desejos de passados qui ça, recentes.

Uma pequena/grande pérola!

Beijinhos Rosinha*

* disse...

Um poema belo, cheio de sentimentos, de mensagens, de alma, de paixão...um poema de amor, onde o amor se revela nas suas variadas formas...
Belas palavras que refectem belos sentimentos e a perfeita noção do sentir.

Chellot disse...

Mesmo uma fração imperfeita tem algum brilho, um significado tornar o todo completo.
Beijos doces.

M disse...

Belissima a forma como poes as palavras certas para a expressao da alma. Katchi