domingo, 30 de setembro de 2007

Quem és tu

Quem és tu
que me atormenta
inquieta
fascina?
Sorvo gota a gota
do teu imaginário
e deambulo,
- numa paixão que me queima -
nas palavras
incógnitas
dualistas.

Quero perder-me
nesse universo desconhecido,
embriagar-me
desmaiando de plenitude.
Convida-me
para entrar
nesse castelo só teu,
onde o conhecimento
é servido em taças
do mais fino cristal.
Teus lábios
sabem a doce poesia.
Deixa-me fazer-te companhia.
No mais profundo silêncio
te escutarei,
flutuando extasiada,
impregnando-me
do teu perfume
misterioso, provocante,
que desperta
a minha ignorância
do saber
que quero possuir.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

musica ** kenny g love song

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Jogo de palavras

Jogo de palavras
meticulosamente calculadas
a ferro e fogo,
mascaram-se
na ferrugem da cobardia,
na chama da carnalidade.
Regressa a rotina
do imperceptível charme,
brilho imundo
no olhar dissimulado.
Nas mãos,
de unhas limadas
e verniz transparente,
o vício
toca as teclas do anonimato,
vomita poesia enlatada
em frases obscenas,
provocadoras,
excitantes.

- É macho, muito macho!

Desprezível figura…

(não sabe ele que sou eu
do outro lado do vidro?)

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Rodopia o vento


Rodopia o vento
gira a tempestade
e a bonança tarda a chegar.
Soltas as vontades
irreverências despertam.
E a atenção não é presente.

O jovem flutua
em espaços ambíguos,
lutam, imploram razões
que tardam a chegar.
Encontros ou desencontros
filosofias que alimentam
utopias desejadas.
Passos incertos
paredes escorregadias
atropelos que não se evitam.

E o adulto não sabe
o limite da impaciência.
Soltam as amarras
prendem a liberdade.

E o jovem perde-se
num espaço que não o procura
apenas o entrega
ao acaso dos momentos.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

A noite avança tranquila


A noite avança tranquila
e feiticeira
Os corpos tornam-se mel
provocante e irresistível.
Os olhares trocam-se
pecaminosamente tentadores.
A luz fascina rostos normais
transformando-os em belezas
selvagens, misteriosas.
A dança acontece em frenesim
descontrolado e desejado.
Bocas sedentas de tudo
sorriem em cascata hilariante.

Provoca-me que eu quero,
procura-me que eu desejo,
amanhã já é dia...

não te reconheço.

Sem a pintura da luz
sem as roupas retalhadas do sufoco
sem a magia envolvente das nossas noites
sou apenas o meu outro eu

que controlo até à próxima madrugada

sábado, 22 de setembro de 2007

Convida-me a dançar


Convida-me a dançar
abraça-me o corpo
ajusta-o ao teu
deixa-te experimentar
o cheiro, a pele,
o perfume
dos meus sentidos.
E baila
circunda nossos segredos
dando cor à dança
numa cascata
de sons
paixões e algemas.
Dança comigo
numa timidez atrevida,
numa fúria possuída
chicoteando
doces deleites.
E no ímpeto
de um febril devaneio
dir-te-ei:
- amanhã
voltarei a dançar
contigo,
por mim, por ti
numa sedução
acordada –

Desenho laços e fitas


Desenho laços e fitas
com cores luminosas,
enfeito prendas
com bordados
de borboletas
e pétalas de rosas.
Numa caixa de música
a bailarina sou eu
e danço
rodopiando cantigas
de ternura,
pura magia,
como se o tempo
fosse só teu.
Guardado está
este beijo que te dou
em desenhos
e bordados
tocados, fadados
nesta sinfonia perfeita
de mim
para ti.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Rói esta dor sem sentido

Rói esta dor sem sentido,
de mágoa, de perdição.
Escrevo-te como se outra fosse
e desespero na espera.

Olha-me,
.....

cobre meu corpo de mimos,
de poesia sem palavras,
de sentimentos
consentidos
como se os corpos
se fundissem
e o prolongamento de ti
fosse eu,
apenas eu
sem dúvidas,
sem feridas,
sem olhares tristes.

musica ** Kenny G Brian Mc Knight

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Não te vi hoje

Não te vi hoje
na esplanada de sempre
esperei impaciente
baloiçando pensamentos
entre a cólera e a pena.
Marginal, demoníaco
é fácil crucificar-te
opino com uma facilidade
que incomoda,
mas mesmo assim
classifico,
com autoridade de mestre,
a tua dignidade.
Frágil ou astuto
frio, desmedido
assim de trato por tu!
Olhas-me nos olhos
e dizes inquietante:
-Quem és?
-Sabes o que sou?

Contempla,
mas com minúcia.
-Sou o desconhecido!

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Se houver próxima vez


Se houver próxima vez
procura-me,
estarei algures
entre um sorriso
ou uma lágrima,
na companhia
de um vento macio
como a tua pele.
Na próxima vez
serei eu a pedir perdão
por não te ter encontrado
nesta imensidão
das luzes da ribalta

- espero,
enquanto não vou,
não me perder de ti -

Porque
da próxima vez,
te prometo
vou encontrar-te.

Podes chamar-me alienada


Podes chamar-me alienada
por querer o sol prateado.
É miragem, bem sei,
rápida, momentânea,
mas quero-me assim,
louca.
Quero ser néctar,
não ter tantas estrelas
ser eu, desnudada
sem nada a reluzir.
Chama-me louca,
assim.
Neste búzio onde habito,
vislumbro pela fissura
um oásis, ziguezagueando
entre os espaços dos dedos.
É, quero ser louca,
assim.
Não ter loucuras
que atormentem a alma,
o meu coabitar.

Chama-me louca,
serei!

No Limiar da noite


No limiar da noite
ofereço-me a calmaria
dos dias apressados,
sem chama,
descoloridos,
lentos.
Rasgo gestos premeditados,
visto longas vestes
negras,
opacas,
que ofuscam
a aurora
de uma viagem pensada.
Guardo sorrisos
numa concha hermética
lanço a chave
na profundeza dos sonhos.

-Lá, só vou eu
e meus convidados -.

Observo-te


Observo-te
na penumbra da calçada
sonhador, reluzente.
Incógnita espero
que teu majestoso rasto
cruze meu caminho.
Fixo teu olhar
perdido por tantos olhares
que te cercam.
Saboreio teu cheiro
tão chique
tão feiticeiro.
Espero
esperando
que teu toque
me toque por acaso.
E muda continuo
na penumbra da calçada.

Teu rasto passou,
teu olhar não olhou
e o toque
não aconteceu
por acaso.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

No Limiar das Palavras



Foi uma honra, um privilégio ter feito o prefácio de "NO LIMIAR DAS PALAVRAS"


Foi sonhado nas brumas do tempo,
feito pedaço a pedaço
em teias de melancolia,
de sensibilidade,
em mistura fina e pura
de palavras que o tempo guardou
e de olhos fechados a alma escreveu.

E, em trocadilhos, metáforas e doce poesia, Manuela Fonseca oferece-vos um manancial de emoções.
Procure e encontre o seu reflexo no espelho da sua vivência, sublimando assim o sentido contido em “No Limiar das Palavras”.

Rosa Maria Anselmo


O lançamento do 1º Livro de poesia de Manuela Fonseca, será no próximo dia 29, pelas 17 horas , na Biblioteca Municipal da Amadora.
Será, certamente um dia muito especial para a minha amiga Manuela, mas tornar-se-á ainda mais especial se puder contar com a sua companhia.
Apareça, e partilhe esse momento único,na sua companhia.

beijinhos a TODOS

musica ** Madalena

Foste desenhada







Foste desenhada
na sedução de um olhar
de um devaneio de verão.
Louca a noite
de fragmentos inconscientes,
no tormento da paixão
insólita
mas bela.
A madrugada
tocava o som
das ondas límpidas
numa praia
azul,
anilada,
perfumada
num desenho
intocável!

Assim és, assim fui.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

É a verdade do silêncio

É a verdade do silêncio
que embalo neste regaço
feito de trapos coloridos.
O espelho do tempo
procura o semblante
gasto
pela inércia da vontade.
O som forte
deste silêncio
espalma o vigor
de uma fúria
contida
num incontido soluço.
Gestos rasgados
da procura de sons
que serenem
amaciem
o coração cansado,
já atordoado
por este
estridente silêncio.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Canta uma canção

Canta uma canção
para eu não dormitar.
Aquece com palavras
este corpo arrefecido.
Faz-me sorrir
que tenho medo
de me afogar
nestas mágoas.
A tua melodia embala
os vigores deste corpo
que já sinto em desmaio.
Canta,
canta mais canções
para eu não chorar.
Teus acordes
finos, suaves, doces,
são o elixir da
minha existência

Canta!
canta mais uma canção,
enquanto
...
enquanto
ainda estou viva.

Deleito meu olhar

http://61226.com/self/macau.htm

video enviado pelo meu amigo Armando Coutinho


Deleito meu olhar
em ti cidade, feita princesa

Simbiose de cores e cheiros,
tradições seculares
entrelaçadas
como cabelos negros, longos,
que esvoaçam em livre
vento manso e doce.
Quietude silenciosa
que se espraia no teu Delta das pérolas.

Deleito meu olhar
em ti cidade, feita princesa
preciosa, cobiçada, desejada.

Amante fico do teu cheiro agridoce,
enfeitiçado espero o encontro
do teu leito de cetim,
cativo estou do teu encanto.
Água do Lilau que bebi
e me torna teu prisioneiro,
o desejo de não te abandonar
a saudade prematura que já é.
Minha cidade, minha princesa...

sábado, 8 de setembro de 2007

Fios de prata

Fios de prata
numa moldura transparente
onde as emoções dançam
em silêncios de preces.
São de prata
ou de ouro
a ilusão pertence-me.

Galopo
nas crinas perfumadas
deste unicórnio
que me transporta
em segredo.
E em silêncio
escutado por muitos,
na tranquilidade estranha
que se entranha em mim,
nos postigos
das minhas lembranças,
nas portas que no tempo
se vão abrir
em passadeiras
multicolores
de pétalas soltas,
...
........
desfio
e fio
fios de prata
de mim.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

PRÉMIO CANETA DE OURO



Fui indicada para o "PRÊMIO CANETA DE OURO –
POESIAS 'IN
BLOG' 2007", idealizado por ANDRÉ L. SOARES e RITA COSTA. Para
conhecer as
regras desse evento clique
AQUI. Participe!



Cabe-me então, indicar 5 poemas que também irão a concurso, caso aceitem:

são os seguintes os poemas

Poema: Teu beijo
Autora : Vera Silva
Blog: http://prosas-e-versos.blogspot.com/


Poema: Sem remetente
Autora: Manuela Fonseca
blog: http://ensaios-poeticos.blogspot.com/

Poema: Homem Poeta
Autora: Vanda Paz
blog: http://www.nectardaspalavras.blogspot.com/

Poema : Falo com os versos, como se foras tu
Autora: Mel de Carvalho
Blog: http://noitedemel.blogs.sapo.pt/

Poema: Dança
Autora: Vera Carvalho
Blog: http://petalasminhas.blogspot.com/

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Despi-me de mim


Despi-me de mim
vesti-me de ti.

Enrosquei-me
no oceano do teu corpo
como se a minha pele
tua fosse.
Respirei o teu olhar
olhei-te enfeitiçada,
enamorada...

e nesta partilha
ténue, quase translúcida,
coloquei-me na montra da ilusão,
voltando
a vestir-me de mim.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Certificado


Recebi este certificado da minha amiga
Conceição Bernardino.
http://amanhecer-palavrasousadas.blogspot.com/

Obrigada pelo carinho.

Aqui estou

Aqui estou
muda,
inquietamente
tranquila
mas calada, assim.
Fecho os olhos
ao teu silêncio,
dou a mão
ao teu sorriso,
abraço a tua agonia
e visto-me
assim…

embalada pela nudez
das tuas lágrimas.

Perfumo de rosas
teu nome
e assim
te sublimo.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Elas são tantas


Elas são tantas,
tão desamparadas.

Olhar vazio em tempo vazio.

Espectro negro
que as envolve

E eu sem nada poder fazer!

O tom da minha voz
não chega alto...
Quase emudeço só de as olhar.
Aqueles olhos pedintes
de tão pouco, mas tanto.

É a fome, horrível verdade,
é a luxúria que contrasta,
a frieza de quem gasta
é a raiva de quem sofre,
é a dor de quem morre!

E eu sem nada poder fazer!

sábado, 1 de setembro de 2007

Afastei-me tanto

Afastei-me tanto
que já não reconheço
nem a cor
nem a dor.

As feridas,

(testemunho do tempo
que percorri
no sentido inverso)

cobriam a alma
numa penitência
constante.
Faço um esboço
de um projecto futuro
e entre palavras
soltas,
encadeadas,
emudeço
no encontro
de recordações,
ou nas rugas
que a idade me consagrou

musica ** Adamo

Noite tardia

Cacimba de uma noite tardia
envolvente, inibidora.
Os corpos ondulam
em sedas macias.
Uma lágrima sulca rostos
desfigurados
em inconsciente vertigem
numa manhã
que não acontece.

musica ** Serge Gainsbourg & Jane Birkin

A dança

Eu só queria voltar
a dançar contigo.
Quero a nossa música
que nos fazia sorrir,
tremer, estremecer
nos teus braços.
Desejo tanto
uma última dança!
Sentir teu corpo no meu,
tuas mãos procurando
o toque do minha pele,
sentir teu respirar
nas curvas do meu cabelo...
O ritmo, pouco importa.
Somos nós e os nossos mimos,
que tremulamente
nos vão serenar.

Uma última dança
para te dizer,
ouvir,
soluçar e não falar
e tudo, mas tudo
ser dito,
sentido
até ao âmago
do fogo que nos consome.