Sento-me num sofá sem tempo
Sento-me num sofá sem tempo
em posse sensual, desabusada
espero-te com sorriso libidinoso,
nos lábios um toque vermelho
de paixão desmesurada.
O decote, intencionalmente descaído
espera teu olhar devorador,
ao lado, licor doce
que afoga a sede de ti.
Abre-se a porta
teus passos lentos
vigorosos, soam-me estranhos….
Elegantemente cruzo as pernas,
estás ali, mesmo à minha frente.
Elevo o rosto, lambo o vermelho
dos meus lábios
e rasgas-me as vestes
numa fúria excitante.
As minhas mãos perdem-se no teu corpo
numa fome reprimida
pulsa o desejo já descontrolado
os corpos unem-se em beijos loucos
tão loucamente perversos..
amamos-nos
e delicadamente as palavras
ficam por dizer…
para quê?
- Comprei uma hora dos teus serviços. Saíste sorridente, mas apressado. Eu... por ali ainda fiquei… sem o vermelho rubro do bâton e... sozinha de novo!
8 comentários:
Adoro este sofá sem tempo e a forma como entraste dentro de uma personagem como tantas que andam por aí... Pedindo um pouco de amor a troco de dinheiro!
Beijo grande
E SE SONHA LOUCAMENTE E O DESEJO QUE IMPERIALIZA TODO NOSSO CORPO,QUEM DISSE QUE FICARIA SOZINHA SEMPRE VOLTAREI QUANDO QUISER.
És uma senhora das palavras. Sem dúvida alguma.
vai buscar o miminho que te deixei no meu blog.
Beijos
Pedrinha
Esse sofá é libidinoso, mas deixa a desejar quando é abandonado sem uma palavra de consolo: volto.
beijos de música.
Por acaso encontrei seu blog em luso poemas, e gostei muito!Parabéns
Rosa
Excelente poema este, feito de uma hora que compraste em muito boa hora!...
O vazio do antes e do depois, não apagam o extase daquela hora onde os corpos se reclamam e se ganham um ao outro, numa explosão de prazer sem limites...
Beijo
Rosita,
este poema é de uma excelente retrato de uma realidade social (socialmente triste, mas real).
Talvez seja dos poemas teus que mais me marcaram, de tão forte.
Beijo d(a) Mel
Este sofá é conhecido de tantas de nós. A solidão existe nos momentos do após...
No antes já se está "acompanhado", assim como no durante...
Quantas vezes olhando nos olhos de quem está oficialmente acompanhado vejo um deserto e um horror de solidão.
Rosa acho que captaste bem este sofá tão especial
Beijo
Lurdes Fernandes
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