sábado, 25 de agosto de 2007

Fecho as mãos


Fecho nas mãos

algumas letras do alfabeto

e numa atitude virginal

escrevo teu nome

em lençóis de linho,

que cobrem

este corpo

quase moribundo.

Desalinhada,

descrevo círculos

num compasso

que me deleita.

Conto

contas em oração

e em silêncio,

em perdição,

escondo o sufoco

do grito dilacerante,

que me rasga,

esventra

em cólera

que sulca memórias

de uma imperfeita

dignidade,

espumada

em mãos vazias

de nadas!

1 comentário:

Maria Manuela Amaral disse...

Magnífico poema, Rosa!

Esventro tanta coisa ali...parada nestas fortes palavras!

Beijinhos
Manuela*