terça-feira, 23 de outubro de 2007

Junto faces cristalinas


Junto face cristalina
na tua mão aberta,
perco meus medos
e rendo-me dócil
numa aurora dengosa.
Em traje de guerreira
sem lanças
sem punhais…
apenas lenços de cetim
guardam beijos de paixão
dobrando as horas
do encontro clandestino.
Nessa tua mão aberta,
deposito minha virgindade
e entre o nevoeiro
moldas as tuas mãos
no volume deste corpo
que flutua,
na cumplicidade do luar
no imenso e no tanto…
na dança dos adormecidos.

E eu…

fico desperta,
esperando a madrugada
de todos os outros dias.

3 comentários:

Luis Ferreira disse...

Vim visitar este teu mundo e deliciar-me com as tuas palavras.

Bjs

Manuela disse...

Entrega clandestina em mão aberta, num traje de poesia, sem armas nem artifícios de uma guerreira dócil de olhar cristalino e coração puro!

Beijinhos a ti, poetisa!
Manuela

Nilson Barcelli disse...

Magnífico.
Nem digo mais nada.
Beijinhos.